Abrace a Mudança
Custo da Inércia: O Preço de Permanecer no Conforto
A zona de conforto não é necessariamente um lugar de satisfação, mas um espaço onde o desconforto da mudança parece maior do que o desconforto de permanecer. Harris (2009) ressalta que “quando o sofrimento é menor que o desconforto da mudança, o comportamento se mantém, mesmo que isso signifique abrir mão de valores importantes”.
Muitas vezes, as justificativas funcionam como um escudo para evitar a incerteza ou o esforço exigido por uma transformação. A falta de direção também fortalece as amarras do conformismo, reforçando o ciclo de estagnação. É fundamental lembrar que o desconforto da mudança é temporário, enquanto o custo de não agir pode se tornar permanente.
Como destacado por Young, Klosko e Weishaar (2003), “a resistência à mudança está ligada ao conforto que os esquemas oferecem, mesmo quando são disfuncionais”. A familiaridade, para muitos, é menos ameaçadora do que o desconhecido.
Em muitas situações, as justificativas para permanecer estão enraizadas em esquemas como abandono ou privação emocional. Esses esquemas reforçam o medo de que a mudança traga ainda mais solidão ou perda, criando uma espécie de “zona de conforto prejudicial”. Identificar, compreender e questionar esses padrões é essencial para mudar!
Avaliando as Suas Justificativas
Mudar exige coragem para revisar as narrativas internas que criamos para justificar a permanência. Esse exercício de autorrevisão permite avaliar o peso real das justificativas e identificar os medos ou crenças que impedem o avanço. Beck (1997) aponta que “os pensamentos automáticos disfuncionais frequentemente reforçam comportamentos de evitação, mantendo a pessoa em um ciclo de inércia”.
Pergunte-se: “Essas justificativas realmente refletem a realidade, ou são apenas um reflexo do meu medo de arriscar?”
Rompendo o Ciclo da Inércia
Reconhecer que a familiaridade com o padrão atual não é sinônimo de segurança é o primeiro passo para quebrar ciclos disfuncionais. A mudança exige consciência, consistência e compromisso com os seus valores e coragem para enfrentar (e se permitir sentir) o desconforto.
Quem não encontra um motivo forte para seguir em frente acaba se escondendo nas desculpas para ficar.
Porém, ao desafiar essas desculpas e se conectar ao que realmente importa, você abre espaço para abraçar a sua mudança interna!
Referências:
Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2012). Terapia de aceitação e compromisso: O processo e a prática de mudança consciente. Porto Alegre: Artmed.
Harris, R. (2009). Atitude mental: Uma abordagem prática para viver bem com a ACT. São Paulo: Novo Conceito.
Young, J. E., Klosko, J. S., & Weishaar, M. E. (2003). Terapia do esquema: Guia do terapeuta. Porto Alegre: Artmed.
Beck, J. S. (1997). Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
Beck, A. T., Rush, A. J., Shaw, B. F., & Emery, G. (1997). Terapia cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artes Médicas.
Knapp, P., & Beck, J. S. (2017). Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed.